Mujica foi uma das figuras mais emblemáticas da política latino-americana. Ex-guerrilheiro tupamaro, passou quase 15 anos preso durante a ditadura uruguaia, muitos deles em isolamento. Após a redemocratização, ingressou na política institucional pelo partido Frente Ampla e foi eleito presidente do Uruguai em 2010. Durante seu mandato (2010–2015), promoveu reformas sociais de grande impacto, como a legalização do aborto, do casamento entre pessoas do mesmo sexo e da maconha, além de políticas voltadas à energia renovável e à redução da pobreza .
Conhecido por seu estilo de vida austero, Mujica recusou os luxos do cargo e viveu em sua chácara com a esposa, Lucía Topolansky, também ex-guerrilheira e ex-vice-presidente do país. Dirigia um Fusca azul e doava a maior parte de seu salário presidencial a causas sociais. Essa simplicidade lhe rendeu o apelido de “presidente mais pobre do mundo” e admiração internacional .
A morte de Mujica gerou comoção em toda a América Latina e no mundo. Líderes como Evo Morales, Gustavo Petro, Claudia Sheinbaum e Pedro Sánchez prestaram homenagens, destacando seu legado de coerência, justiça social e integração regional . O atual presidente do Uruguai, Yamandú Orsi, descreveu Mujica como “presidente, ativista, guia e líder”, agradecendo por tudo o que ele deu ao povo uruguaio .
Pepe Mujica deixa um legado de resistência, honestidade e compromisso com os valores humanos, sendo lembrado como um dos grandes líderes morais do século XXI.