Uma porta e uma janela sem parede e sem telhado, trouxe Eunice Munhoz para o estrelado
MUNDO NEWS
Publicado em 26/12/2024

"Apesar dos dias estranhos e difíceis, o belo continua a existir".

Eunice Muñoz 

Uma porta e uma janela sem parede e sem telhado, eu sentado junto dela 
eu sentado junto dela 
Eu canto samba e eu canto fado..."
 
Uma porta e uma janela uma marcha de Francisco Alves  que levou ao palco aos seus cinco anos de idade a maior atriz portuguesa - Eunice Munhoz. Uma atriz de referência do teatro, televisão e cinema português, considerada unanimemente uma das melhores atrizes portuguesas de todos os tempos.
 
As Mulheres eram apaixonadas pela Eunice porque ela não era traiçoeira e nem invejosa.
 Mandavam-lhe tudo e sobretudo muitas fotografias, muito  amada por todos.
E  com ela não  era diferente,  Eduarda Neves Coimbra Simões era  uma fã,  admiradora  e  apaixonada  por Eunice Munhoz, e por tudo que ela representava. Causando em seu esposo uma ponta de ciúmes , que  lhe desdenhou ... ele António Carlos Simões diz-lhe: 
 
-És Invisível aos olhos dela! (De Eunice Munhoz).
 
Mas não  foi o próprio  Saint Exupéry que disse que  “O essencial é invisível aos olhos”.
 
Para uma menina que chegou viu e venceu.
Que não  fazia ideia do que ia lhe  acontecer. Uma miúda,   certamente cheia de medos.  E que se tornou um exemplo  para todas as mulheres que lhe assistiram. 
Herdeira do sangue artístico do Muñoz Cardinali do circo e da música o avô tinha o curso de violino do conservatório de Madrid.
 
Eunice Munhoz  casou aos 18 anos e aos 19 teve sua primeira filha , Susana,  filha da união com Rui Couto, arquiteto, 11 anos mais velho. Um notívago,  boêmio, o qual  ela era muito nova para entender que  a filha, ainda bebê  , tinha que ir com  ela para os camarins. “Certa vez, na peça Noite de 16 de Janeiro, chegou a hora de subir à cena e começou a sentir que estava derramando leite.   Ela tinha aceitar muitos papéis “porque precisava do dinheiro” e nunca pode sair de Portugal pois precisava da  autorização deste  marido, de quem se separou pelas circunstâncias.
Teve ao longo da vida  três maridos e seis filhos e filhas.
 
Teve a grande alegria de se despedir de uma forma muito bonita aos 83 anos, no teatro Mirita Casimiro e na companhia do Mestre Avillez. 
 
O Teatro Nacional D. Maria II  também quis homenageá-la, uma das mais queridas atrizes portuguesas  criando  “74 Eunices”. Num momento irrepetível, setenta e quatro atrizes subiram ao palco da Sala Garrett com um texto composto por falas ditas por Eunice Muñoz nas 42 peças que representou naquela sala desde o dia em que se estreou, em 1941.
 
Para Maria Rueff, “foi um momento especial”: “Cresci a assistir à Eunice Muñoz. É uma inspiração para todos nós, sobretudo pela sua enorme generosidade de continuar a apoiar quem começa. Depois, por ter vindo também do circo, tem uma ternura muito grande por comediantes, e isso comove-me muito.
 Devemos-lhe todas tudo. Seria impos­sível não ter estado aqui hoje.” 
Então eu pergunto,  como contestar  Eduarda Neve Coimbra Simões , a 75° mulher que  me trouxe  esta belíssima leitura sobre uma mulher  que marcou seu tempo e a nossa história.  Vivas Eunice Munhoz!
 
 
Eunice Espinola 

 

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