Pensem numa data de suma importância para nossa história, a expulsão dos portugueses do território brasileiro.
Heróis e heroínas lutaram por uma causa que até então desconheciam... a LIBERDADE.
A importância da participação feminina desde de sempre (199 anos após, ainda precisamos provar nossa competência), mas vamos ao fato.
Maria Quitéria, Maria Felipa, Joana Angélica, são algumas das guerreiras que lutaram no ano de 1823 para que o nosso país saísse do sob jugo dos portugueses.
Mulheres estas que poderemos falar em outra oportunidade, pois hoje não quero perder o foco.
Estivemos no cortejo do Dois de Julho, eu e o jornalista Heraldo Gonçalves. Filmamos, fotografamos, nos emocionamos e discutimos diversas situações.
Para quem vive desacreditando na força que nós na condição de cidadão temos, é só ler a história da Independência da Bahia.
Uma celebração de suma importância para o povo baiano e para o Brasil , foram 18 meses de batalha para que a vitória acontecesse.
Onde hoje o tão visitado turisticamente Recôncavo Baiano, será que estas pessoas na sua maioria realmente sabem o que estão visitando? Quantas histórias de heroísmo que ali aconteceram?
Só para frisar, "Uma grande mobilização popular ocorreu na Bahia mais precisamente em Salvador, incluindo pessoas de todas as esferas da sociedade ".
E para ir um pouco mais a fundo, apesar da grande importância para o cenário nacional, o Dois de Julho é somente um feriado Estadual.
Como estou na condição de falar sobre a data, sua importância dentro do que vi e vivi. Posso dizer que a grandeza do movimento trouxe diferentes classes sociais para esta festividade.
O encontro dos Caboclos, o encontro das escolas com suas fanfarras, das famílias que ainda respeitam o ato cívico, as forças armadas, e os nossos políticos.
Finalmente cheguei na grande pedra no sapato... numa opinião antipartidaria, (que fique claro).Enquanto muitos políticos baianos esperam esta grande data para abraçar seu povo, e levar seu eleitorado a este cortejo, recebemos também visitantes políticos de outros estados que respeitosamente , acompanham, cumprimentam o povo e reverenciam nossos caboclos.
Assim como também outros visitam a cidade e
ignoram a nossa tradição. E tratam a data como um mero feriado. Mas a Bahia é terra hospitaleira, de pessoas inteligentes e educadas. E por falar em educação, na condição de ativista em combate a violência doméstica, tive a oportunidade de ver
famílias lindas passeando com seus filhos travestidos de heróis brasileiros, como indígenas, soldados, carregando bandeirinhas da Bahia. Mas também pude ver duas crianças não mais de 3 aninhos , bem vestidinhas na companhia da mãe bêbada com uma garrafa na mão, caminhando pela calçada da Avenida Sete de Setembro.
Assistimos mãe e filho trabalhando como vendedores , quando o filho gritou e mau disse a mãe na frente de todos os passantes. Enfim... registros!
Bento Sabino(1826) foi o escultor da imagem do Caboclo que representa o indigena guerreiro que esmaga com uma lança a serpente da tirania que fica abaixo de seus pés.
O símbolo da vitória e resistência, justamente estas mesmas necessidades que vivemos nos dias atuais, vitória e resistência.
Me desculpem misturar data cívica, com desabafo, apelo e opinião própria, mas ao sentir a voz embargada ao ver nossos jovens praticando o civismo ao desfilar no Dois de Julho, de ver os dependentes químicos do Pastor Isidório desfilando ao sentir naquele momento que a sociedade precisa dar uma segunda chance aos nossos doentes, e não só ficar somente julgando.
Ao ver um pequenissimo grupo de indígenas abrindo um desfile o qual eles são protagonistas.
Ao assistir rodas de samba acontecendo no Pelourinho e pessoas dançando no seu tradicional estilo que fazem parte da nossa cultura, de olhar, olhar e olhar, com olhos perdidos na multidão procurando, de que forma podemos contribuir mais para a diminuição da desigualdade no nosso país!
Deixo aqui o meu o nosso clamor:
- SALVEM O DOIS DE JULHO!
Não podemos perder as nossas conquistas, temos que respeitar o sangue dos nossos heróis e lembrar , se eles conseguiram, nós também conseguiremos!
Jornalista Eunice Espinola
Fonte: Leiamaisbahia
