Vinte anos após Tim Lopes ser assassinado no Rio de Janeiro por uma investigação de abusos de menores e tráfico de drogas no complexo do Alemão, temos mais um caso de investigação jornalista interrompida no nosso país. A investigação sobre pesca e extração de madeira ilegal na região de Atalaia do Norte no Amazonas.
Desta vez, os jornalista britânico Dom Phillips e o indígena servidor Federal licenciado da Funai o qual também dava suporte ao União dos Povos Indígenas do Vale do Javari - UNIJAVA. Bruno Pereira.
Teria sido um simples acidente, ou a quem eles dois estaria incomodando?
Assim como 30 milhões/drogas/mês circulam no Rio de Janeiro, 85 % das reservas indígenas são alvos de invasão (dados do ano 2000). Os indígenas Brasileiros são alvos fáceis (apesar de lutarem heroicamente) de garimpeiros, pescadores, caçadores, madeireiras, posseiros , cortadores de estradas, ferrovias, linhas de transmissão e até de inundações de terra causa por usinas hidroelétricas.
Uma missão árdua para a nossa União, Estados e municípios.
As forças armadas brasileira foram em busca das vítimas, uma mobilização nacional se formou, mas as vidas que importam não existem mais.
Mas, vale ressaltar que o município de Atalaia do Norte é mundialmente conhecido por abranger grande parte da Terra Indígena Vale do Javari, a qual é a maior reserva de índios isolados do mundo, além de ter sido o local de uma das maiores quedas cósmicas da história moderna, que ficou conhecida como Evento do Rio Curuçá.
A investigação a qual levou os jornalista britânico Dom Philips e o indígena Bruno Pereira teve com certeza um braço que não permitiu a conclusão do trabalho.
Também vale lembrar que quatro dos assassinos de Tim Lopes - 20 anos após o crime - ainda estão soltos.
Bryan Landry conta que, em 10 de janeiro de 2020, o Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos Estados Unidos (FWS), órgão de controle ambiental americano e que atua como o Ibama no Brasil, deteve para inspeção três contêineres de madeira exportados do Brasil. O material seguiria para o Porto de Savannah, na Geórgia. Durante a fiscalização, os americanos notaram que o material não detinha a documentação prevista que era dada pelo Ibama. Por isso, pediu confirmação ao órgão brasileiro...
Será mais um caso que ficará somente na memória daqueles que sofreram com a perda dos seus colegas de trabalho e dos seus entes queridos.
Eunice Espinola
Jornalista WRSB.